Aplicação de geossintéticos agrega benefícios ao agronegócio

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30 March 2023

Aplicação de geossintéticos agrega benefícios ao agronegócio

Aumento da produtividade, proteção de solos e aquíferos e melhor gestão dos recursos hídricos estão entre os principais ganhos desses produtos

O uso de geossintéticos tem sido amplamente disseminado no agronegócio, seja em aplicações como coberturas e ambientações ou então para ajudar na preservação do meio ambiente. Para expor esse assunto, a revista C&O Agronegócio publicou recentemente um artigo assinado pelo gerente de soluções ambientais da Maccaferri e coordenador do Comitê Técnico de Geossintéticos da Associação Brasileira das Indústrias de Nãotecidos e Tecidos Técnicos (ABINT), Fabrício Zambotto, sobre a utilização dos geossintéticos no mercado brasileiro, em aplicações de engenharia e na agricultura.

Ele enfatiza que os geossintéticos são amplamente utilizados em obras de construção civil e geotecnia, mas também podem desempenhar um papel importante no agronegócio. Neste segmento, soluções como geomantasgeotêxteisgeorredesgeogrelhasgeomembranas, entre outras, garantem a proteção, filtração, drenagem, reforço, separação e barreira de impermeabilização de solo.

A criação de animais em cativeiro, como o camarão, também pode se beneficiar dessa tecnologia. A aplicação dos geossintéticos nesta cultura é fundamental para evitar que os efluentes dos viveiros causem a contaminação das águas por fungicidas ou que ocorra a salinização dos lençóis freáticos e do solo nos arredores das fazendas, fator que impede a agricultura nesses locais. Os ganhos também se aplicam às criações de cavalos, gado, suínos, entre outras.

De acordo com Zambotto, o uso racional da água é uma das principais questões do agronegócio, em decorrência da crise hídrica, que afeta do pequeno ao grande produtor. Os geossintéticos atuam como cisternas agrícolas para o armazenamento de água e sistemas de canalização para irrigação de grandes áreas de plantio. Além disso, eles podem ser utilizados em sistemas de irrigação simples ou até mesmo na distribuição dos defensivos geogrelhas, agrícolas. Em períodos intensos de chuva, eles podem ser empregados em sistemas de drenagem, evitando que o solo fique alagado e garantindo a produção. Outra possibilidade de aplicação no Brasil é sistemas biodigestores, tecnologia que auxilia na produção de biogás e biofertilizante.

O executivo ressalta que, para garantir a eficiência e a segurança das aplicações de geossintéticos no meio ambiente, é verificar se a solução está dentro das normas de fabricação e controle de qualidade regulamentadas pela Norma ABNT ISO 10320. Publicada em maio de 2013, a diretriz tem como cerne especificar as informações que acompanham os geotêxteis e produtos correlatos, com o objetivo de permitir que o usuário possa identificar na obra se o produto recebido é idêntico ao produto encomendado.

O papel da Associação Brasileira das Indústrias de Nãotecidos e Tecidos Técnicos (ABINT) é promover a divulgação desta norma, para que projetistas, compradores, engenheiros e fiscalizadores possam garantir a qualidade e a aplicação correta dos produtos nos projetos. Outras ações que podem ajudar na realização do projeto é o planejamento adequado, o licenciamento da obra, assim como a avaliação do solo do local, o uso de material adequado para cada tipo de aplicação, entre outras atividades.

Na publicação, o executivo destaca a legislação de âmbito federal e estadual no que diz respeito ao meio ambiente: lei 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, e a lei 9.433/97, que versa sobre a gestão, bem como a implantação da Política Nacional dos Recursos Hídricos. De acordo com Zambotto, as normas foram criadas para preservar os recursos naturais e assegurar o desenvolvimento econômico e social dos seres humanos.

Por fim, Zambotto afirma que há muita oportunidade de crescimento para o setor de geossintéticos, que investe constantemente em pesquisa e desenvolvimento para atender ao mercado. Porém, é preciso que o agronegócio esteja preparado para agregar a produtividade à proteção ao meio ambiente, com a finalidade de garantir e preservar o desenvolvimento de ambas as partes.

Para acessar o conteúdo da revista C&O Agronegócio na íntegra, clique aqui.

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